
“Prefeito deveria devolver o Hospital Regional ao Estado”, diz vereador Renato Bromochenkel ao criticar possível terceirização
O decreto nº 12.492, que declarou situação de emergência no Hospital Regional de Eunápolis na última semana, tem causado apreensão entre os moradores e funcionários da unidade de saúde. O principal temor é a possibilidade de terceirização da gestão do hospital, conforme rumores que circulam na cidade. Diante disso, a Câmara de Vereadores tem acompanhado o tema de perto, e o vereador Renato Bromochenkel se posicionou de forma crítica quanto às possíveis soluções propostas pela gestão municipal.
Em entrevista ao Axei Eunápolis, o vereador sugeriu que o prefeito Robério Oliveira deveria buscar uma intervenção estadual para modernizar e melhorar a estrutura do hospital. Segundo Renato, a municipalização da unidade, realizada pelo ex-prefeito Paulo Dapé (1997-2000), foi um erro estratégico que resultou em sobrecarga para o município. “O atual prefeito Robério Oliveira tem boa ligação com o governador e poderia usar essa influência para devolver a gestão do hospital ao estado, que teria melhores condições de resolver o problema”, afirmou.
O vereador também relembrou experiências negativas com terceirizações passadas, como a contratação da APAS pela ex-prefeita Cordélia Torres, que, segundo ele, trouxe prejuízos financeiros e instabilidade aos funcionários. O vereador destacou que relatos dos funcionários do hospital revelaram que uma equipe do Instituto de Gestão e Humanização (IGH) esteve na unidade de saúde para realizar levantamentos e avaliar uma possível terceirização, o que preocupa os servidores. “O IGH tem histórico ruim em Porto Seguro, com salários atrasados e paralisações. Não queremos repetir esse cenário aqui”, pontuou.
Bromochenkel enfatizou que, caso o estado não queira se comprometer com a gestão da unidade, o município deveria tentar resolver a superlotação do hospital com medidas estruturais mais amplas, como a ativação de unidades de saúde inoperantes. “Temos a UPA do bairro Rosa Neto desativada, postos de saúde que não funcionam plenamente e uma Policlínica estadual subutilizada. É necessário descentralizar o atendimento para desafogar o hospital”, sugeriu. Ele também alertou sobre a precariedade da infraestrutura da unidade, com equipamentos antigos, macas quebradas e ar-condicionado em péssimo estado.
Apesar de a decisão sobre a terceirização ser de competência exclusiva do Executivo, o vereador garantiu que a Câmara fiscalizará rigorosamente o processo. “Vamos acompanhar cada detalhe, desde os valores que serão pagos até os direitos dos funcionários. A saúde de Eunápolis já está em colapso há anos, e qualquer mudança precisa priorizar a qualidade do serviço e o respeito aos trabalhadores”, finalizou Renato Bromochenkel.